COS = solidão

 Como prometido... Estou de volta!!! E hoje vocês vão entender porque fiquei tanto tempo "sumida"!

 O Guilherme, meu marido, sempre sonhou em fazer um curso que tem em Manaus, de Guerra na Selva ou COS (Curso de Operações na Selva). Para fazer esse curso é necessário estar servindo aqui na Selva. E esse foi um dos motivos de a gente ter vindo morar aqui. Por isso, seria muito triste se ele saísse da Selva sem ter feito o curso... Ano passado, não foi possível fazer, mas este ano, ele foi!! Por causa desse curso, ele ficou fora de casa durante três meses inteiros!!! Entenderam porque "COS = solidão"?

 Deixei de escrever no blog por dois motivos: primeiro, pela minha segurança, ou seja, para nenhum espírito de porco mal-intencionado saber que eu estaria sozinha em casa durante todo esse período. Já que o meu blog é público, acredito que nunca é demais tomar certos cuidados com a segurança... O segundo motivo é que, se eu escrevesse todas as minhas emoções no blog, o Guilherme poderia ler durante as liberações (ou não... rs... é que eu acho que meu marido não lê o meu blog... rs... Falta de moral a minha...) e poderia ficar preocupado comigo... E isso não é muito interessante, dado que o emocional, num curso como esse que ele fez, conta muito!

 Pois bem... O Guilherme embarcou para Manaus em janeiro e eu fui junto. Achamos legal eu ir, pois o curso só começaria lá pelo dia 20 de fevereiro e a gente poderia ficar mais tempo junto enquanto o curso não começasse efetivamente.

 Infelizmente, não deu tão certo assim... rs... É que não achamos hotel para os primeiros dias e acabei ficando na casa de um coronel, amigo do meu pai, uns amores!! Como tratava-se da casa de pessoas amigas, o Guilherme não se preocupou em ficar comigo. Se a gente ficasse num hotel, ele ficaria preocupado comigo sozinha e ficaria junto. Mas, na verdade, o que ele queria era ficar no quartel junto com os outros meninos, para treinar, estudar, arrumar as coisas, começar a entrar no clima do curso. Uma espécie de concentração, como existe no esporte... rs...

 Sendo assim, voltamos a ser um casal de namorados!! Eu não desgrudava do telefone e, quando ele ligava, era uma alegria só!! hehe Quando eles saíam para jantar, sempre passavam para me pegar e, de vez em quando, ele dormia comigo lá na casa que eu estava. Não dava para dormir sempre, pois tinha dias em que ele tinha que acordar muito cedo para ir fazer os testes.

 Esse tempo, antes do curso começar, que ele teve que chegar em Manaus, serviu para comprar as coisas que estavam faltando, para treinar para os testes físicos, estudar para o teste escrito e fazer os testes todos. Foram duas semanas só de testes.

 Não posso deixar de contar para vocês a respeito do carro que eles alugaram para usarem nessas três semanas!!! Gente, era muito engraçado!!! Um carro extremamente velho, cheio de barulhos, se ligasse o ar-condicionado, o carro não andava, a direção, segundo eles, super pesada... rs... Mas, para o que eles precisavam, estava bom. E era o mais baratinho que encontraram. Não era de locadora de carros, não. Era particular... O pior de tudo foi o que aconteceu um dia antes de o curso começar, quando devolveriam o carro... Passaram por uma enxurrada, numa daquelas chuvas super comuns lá em Manaus, quando tudo fica branco de tanta água, e o carro parou... Tiveram que descer do caro e empurrá-lo, antes que fosse levado pelo rio que passava embaixo da ponte que eles estavam... Resultado? Gastaram uma grana pra arrumar o carro antes de devolverem... O locador foi quem se deu bem, né?

 Enquanto eu estava lá sozinha, aproveitei para conhecer um pouquinho de Manaus. Fui ao zoológico do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva - onde é o curso que o Guilherme fez) e ao INPA (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia). As fotos do zoológico eu coloquei no blog como slides (deve estar na parte direita do blog).

 No INPA, eu vi vários animais e tirei algumas fotinhas!!

 Um deles foi a ariranha!!! Diz aí se não parece com a Mori? Eu falei que lembrava a minha cachorrinha e o povo ficou rindo... rs...

 Vi uma família de peixe-boi!!!!!

 Era um casal e dois filhotinhos, mas nessa foto só dá para ver um filhote.

 Vi alguns jacarés!! Esse aqui da foto foi muito engraçado!! Eu tinha certeza que era de mentira. Estava um tempão parado e com essa fruta na cabeça... Mas o safado estava assim só para enganar!! Quando o tratador chegou perto, ele deu um ataque para o lado e voltou a ficar imóvel...

 Este outro aqui era grandão!!! O tratador também o provocou, para ele atacar e deu até medo!!! Mas aí o jacaré ficou de frente para o tratador e ele parou de provocar. Disse que é muito perigoso quando o jacaré está de frente...

 Todo lugar turístico tem uma lojinha de bugigangas, né? Lá no INPA, a loja era assim:

 Parecia uma oca de índio!!

 Conseguem ler o que está escrito na foto da folha? "A maior folha dicotiledônea (???) registrada para a Amazônia Brasileira". Maior que eu!!!!!!! (tá bom... não precisa muito...)

 Esta última foto aqui eu tirei no centro do parque. É um lugar super agradável, até para passear, caminhar... Muito gostoso mesmo!

 O curso começou num domingo e a minha passagem de volta foi para o sábado. Ai... Chorei muito quando me despedi dele lá no aeroporto... Falei pra ele que mais importante que qualquer curso era a vida dele!! Esses meninos, quando começam esses cursos, vão até as últimas consequências, mas não desistem... O pessoal no avião não deve ter entendido nada... Aquela menina que chorou quase que o voo todo até Porto Velho...

 É... O curso duraria NOVE semanas!!! Eu constumo dizer que, ao invés de "Nove semanas e meia de amor", eu ía passar "Nove semanas LONGE do meu amor..." Triste, né?

 Chegando em Porto Velho, fiquei na casa dos pais de um capitão que estava fazendo o curso lá com o Guilherme. Eles são uns amores! A esposa do capitão, a Vanessa, estava lá também, junto com o filhinho de meses! Dormi lá aquela noite e, no dia seguinte cedo, peguei a estrada. Um senhor, cunhado da Dona Maria, me fez companhia. Se não fosse ele, eu iria dirigindo sozinha... Eu não tenho medo, não, mas sei que não é muito bom, pois, se acontecer alguma coisa, o celular não funciona e não tem como pedir ajuda... Outro dia eu até lembrei que quando eu ía trabalhar em Itatiba, tinha um pedacinho da estrada onde o celular não pegava. Na estrada de Porto Velho para Guajará é o contrário, tem um pedacinho da estrada onde o celular pega... rs...

 No próximo post, vou contar como foi a minha estadia sozinha em Guajará...